

No meu primeiro vídeo sobre o Notion, falei brevemente sobre a minha vontade de reduzir a quantidade de papel que uso. Todos sabemos o efeito que a deflorestação tem e terá no nosso ambiente, por isso, faz todo o sentido tentar reduzir o consumo e, consequentemente, o nosso impacto nesse fenómeno. A verdade é que, durante a licenciatura, consumi muito papel. Entre livros, sebentas, cadernos, e apontamentos, acumulei centenas e centenas de folhas que estão, neste momento, encafuadas em armários e gavetas e não têm qualquer uso (com excepção dos meus apontamentos de latim).
Há muito que pesquiso vídeos e artigos de pessoas que decidiram abandonar o uso de papel, por isso fui coleccionando dicas úteis que acabei por incorporar no meu sistema actual. Para já, apenas deixei de usar papel no contexto académico, mas é provável que, mais tarde, elimine o papel da minha vida por completo. Sei que não vai ser fácil, já que sou fã de livros e Bullet Journal, e a experiência de utilização de ambos em formato digital é inigualável à experiência analógica. Porém, acho importante e inevitável essa transição.
COMO COMECEI
Ainda durante a Licenciatura, comecei a usar o meu portátil para os apontamentos de algumas cadeiras. Nessa altura, não era tanto pelo ambiente, mas sim pela conveniência de poder escrever mais rápido e acompanhar melhor o ritmo dos professores. Especialmente nas aulas de História, em que os Professores debitavam tanta informação num curto espaço de tempo, que era muito difícil acompanhar com apontamentos feitos à mão. Por ter incorporado os apontamentos digitais no decorrer da Licenciatura, foi fácil não utilizar papel quando cheguei ao Mestrado – ah, e algo que também ajuda é o facto de a maioria dos meus colegas trazer o seu portátil e raramente usar papel.
EIS QUE SURGE UM PROBLEMA…
Durante o primeiro ano do Mestrado, bastava-me ter o meu portátil com o Word, Evernote, e Notion instalados para tirar apontamentos, gerir tarefas, e elaborar os trabalhos de cada cadeira. E teria continuado a ser suficiente, não fosse eu ter uma tese para escrever e dezenas de documentos para ler e analisar. Comecei a ler a bibliografia para a tese no portátil, mas depressa percebi que não conseguia estar parada em frente ao computador a ler um documento durante horas, sem ter alguma forma manual de interagir com o mesmo. O meu único movimento era feito com os olhos, de um lado para o outro – e isso não me ajudava em nada, já que mexia os olhos mas nada do que via estava a ser assimilado. Precisava de sublinhar, comentar, gatafunhar, etc. Caso contrário, rapidamente me fartava e ia ver vídeos no YouTube. Cheguei a imprimir alguns dos textos para sublinhar e ver se o problema era realmente o facto de eu estar a ler no ecrã, ou se era apenas falta de motivação ou interesse. Imprimir todos os textos, porém, estava fora de questão, por várias razões:
- Seria necessário imprimir milhares de páginas
- Como já foi referido, o consumo de papel contribui para um enorme problema ambiental
- A minha tese é, precisamente, sobre questões ambientais, logo seria hipócrita da minha parte escrever sobre os problemas ambientais causados pela China enquanto gastava recursos naturais em barda
Ao ler os textos em formato físico percebi que, realmente, o problema era estar a ler quase sem interagir com o texto. A ler por ler, digamos assim. Por isso, o método digital que sempre utilizei para ler e escrever textos académicos não seria viável no caso da tese. Solução: ler, analisar, e anotar os textos digitalmente, através do iPad.
(clica nas imagens para mais pormenores)



Aproveitei o lançamento do novo iPad 10.2 (bastante em conta comparado com os restantes) e, quando o comprei no site da Apple, aproveitei para comprar também o Apple Pencil, que era a parte mais importante, e a capa com teclado, que é o que uso para escrever apontamentos nas aulas, para responder a comentários, ou para escrever posts como este. Honestamente, foi um dos melhores investimentos que fiz até hoje, e tem dado resultado. Agora, quando leio os textos para a tese, acabo por reter imensa informação porque fui interagindo com os mesmos. Durante a leitura, sublinho com várias cores, faço esquemas, cálculos, escrevo nas margens, e vou intercalando tudo isto com pesquisa sobre palavras, conceitos ou assuntos que não me são familiares. Por vezes, copio definições e colo-as no documento (ver foto abaixo), para facilitar quando for revisitar os textos durante a elaboração da tese.
E se, como aconteceu há uns dias atrás, eu sentir necessidade de escrever apontamentos relacionados com a tese à mão, o que não me falta é papel aqui por casa, que veio a acumular-se ao longo dos anos e nunca chegou a ser utilizado. Sempre que puder “reutilizar” em vez de contribuir para mais consumo, assim o farei. A carteira agradece, e o nosso Planeta também 🌍
Desta forma, continuo a minha transição para uma vida sem papel, mais ecológica, algo importante e que me preocupa cada vez mais – especialmente quando todos estes textos que analiso falam sobre os efeitos nefastos que as nossas acções têm no ambiente.
E tu, já pensaste em deixar de usar papel? Já deixaste de usar em alguma área da tua vida? Diz-me tudo nos comentários!
Obrigada pela visita,
Até ao próximo post!
Usas alguma aplicação para fazer as anotações nos documentos no Ipad? Gostei imenso da ideia e seria fantástico aplicar ao meu curso de contabilidade 🙂
Uso a GoodNotes 5! Há uma batalha constante entre essa e outra que se chama Notability, mas depois de ver várias comparações achei que essa era a melhor para mim. Espero que te ajude no curso! Beijinhos e obrigada pelo comentário 😘
Isso é uma excelente ideia!
Eu na licenciatura levei raramente o computador, porque sentia que era mais rápida a escrever à mão e podia fazer os asteriscos e isso à vontade. Quando tinha de ler artigos e isso, o que fazia era imprimir 4 páginas por página e frente e verso. Assim poupava o máximo de espaço e papel. No computador cansa muito e como não tinha tablet, acabava sempre por imprimir.
No entanto, quando for para o mestrado, vou considerar um tablet, porque realmente dá muito mais jeito para ler do que no computador.
Boas dicas!
Suspiros da Bea
Ainda bem que achaste uma boa ideia! 😊
Também tentei poupar papel nas impressões, mas quando a quantidade é tão elevada nem assim consegues desperdiçar pouco 😣
Espero que funcione para ti também, beijinhos 😘
Sim, também identifico com o teu problema. Como tu, estou a frequentar o mestrado ( não uso ipad) mas utilizo estas técnicas:
– reutilização de cadernos antigos;
– tirar apontamentos no word;
– organizar tudo numa tabela de excel;
Queria fazer-te uma pergunta: usas alguma agenda digital? se sim, qual?
Olá Jéssica! Essas técnicas parecem-me muito bem 😊 No primeiro ano do Mestrado também tirava os apontamentos no Word ou, se me apetecesse, no Evernote. Mas como este semestre não tenho nenhuma cadeira teórica, não tenho usados esses dois programas para esses fins.
Quanto à agenda, confesso que ando sempre a saltitar entre métodos de organização, mas quando estou virada para o digital uso o Google Calendar. Hei de fazer um vídeo sobre isso, porque por acaso acho que é um método fácil e eficiente para organizar o meu tempo todas as semanas! Também já usei o calendário do Outlook, mas não gosto tanto por não ter um design tão funcional e apelativo como o Google Calendar, que é super clean e elegante.
Espero ter ajudado! 😁